Quando estava do lado de fora ainda, super ansioso com o que seria, uma amiga me falou: eu tenho é inveja de você, que vai passar uma semana longe desse mundo horrível. O problema é que eu ainda estou lá. Minha vida, meus problemas, vontades, obrigações, raivas, felicidades, mágoas, lembranças. Algo que sempre ouço é sobre a concentração de atores e performers durante suas apresentações. O treino na faculdade me fez melhorar em alguns aspectos, mas em uma semana se perde não só o foco, mas o equilíbrio emocional e fisiológico. Para alguém naturalmente desatento, qualquer cisco no chão pode ser usado como desculpa.
Me sinto muito burro. Performo, falo, escrevo, pisco que seja, mas parece que sempre erro nos signos a se utilizar e assim se chegar em uma interpretação. Para alguém que trabalha com semiótica, eu deveria entender o mundo? Ou uma forma particular de transmissão de ideias é uma situação aceitável? Não seria burrice, então? Talvez seja um caso interessante de se olhar de fora: uma pessoa (dentre várias iguais, acredito eu) que v~e o mundo de tal forma que não consegue se comunicar com os outros. Leio isso e me sinto ridículo.
Doei o jantar de ontem. Tive uma situação de tensão momentos antes. No final, olhei para o sanduíche e me senti como Neuza Sueli. Para quem não conhece a referência, trata-se de um texto teatral escrito por Plínio Marcos, intitulado Navalha na Carne. Neuza é uma prostituta, mora em uma especie de cortiço, tendo Veludo (um gay) como vizinho. Também tem uma espécie de cafetão/namorado. Toda a trama se passa nesse lugar. Tudo gira em torno de algo que foi roubado, dando lugar a um homem que não respeita a mulher, o gay, dinheiro e drogas incluídas no assunto. Resumidamente, os três personagens discutem durante o texto inteiro, Veludo sai, o cafetão/namorado humillha mais, usando inclusive de violência física. Depois de expor as desgraças da vida de uma puta que vive na miséria e ser deixada só por ele, Neuza pega um saco de pão e come um, com mortadela. Não que eu tenha passado por algo remotamente parecido, mas sobre o que é a vida de Neuza. Ela apenas aceita e come. Eu não como. Eu não me conformo. Se conformar é reconhecer a impotência e inércia. E inércia me deixa em total estado de ansiedade. Talvez eu tenha entrado em uma viagem totalmente errônea.
Testando caneta 1.
Testando caneta 2.
A caneta 2 marca mais a página.
Por duas vezes quebrei o protocolo hoje. Minha vida lá fora está gritando, se retorcendo, agonizando.
Não acredito em pessoas que dizem que a raiva as transformam em outras pessoas. Essa coisa de Hulk, que dispara uma coisa, você fica verde, quebra tudo, grita, diz o que não deve. No máximo perde o traquejo social para se falar e agir. Na verdade, acho que a raiva torna todo mundo cruelmente sincero. Mas a única certeza que tenho é sobre minha experiência. Creio que cada insulto proferido por mim seja fruto de uma sinceridade que ultrapassa as habilidades sociais necessárias para a convivência humana. Por isso considero qualquer coisa que me falam quando estão com raiva como verdadeira.
Hoje não ganhei quase nada, em comparação com os outros dias.
Lendo e transcrevendo as coisas que escrevi, descobri (na verdade já sabia) que não sei mais usar vírgulas.
Acabo de redescobrir que "tem" se usa quando o sujeito está no singular; e "têm" se usa quando o sujeito está no plural ou é composto.
Toda ação minha sempre vem carregada de um sentimento de culpa. Como se a própria existência fosse um pecado. Toda a minha vida em família é acompanhada dessa palavra. O cristianismo tem o amor em foco? Não! Tudo se baseia na punição. É inferno, lago de fogo, sofrimento eterno, choro e ranger de dentes. Ninguém parece focar em como será bom morrer e ir pro céu, mas no medo de ir pro inferno. Se Deus realmente existe, deve estar é muito puto de toda a sua criação humana ter muito mais medo de um simples anjo caído, que tem os seguidores mais patéticos, do que vontade de aproveitar as possíveis maravilhas do reino dos céus.
Não existe discussão mais gostosa do que aquela que não se propõe a chegar a algum lugar. É por isso que é gostoso conversar com a Thaíse. Falamos, discutimos conceitos, problematizamos o mundo todo, mas não resolvemos nada. Talvez papo de artista seja assim: ditado por uma enorme interrogação. É muito triste colocar um ponto final nas coisas. Acaba a escola: choro com a perda dos amigos. Acaba a faculdade: nostalgia. Casamentos, relacionamentos, performances... Tudo dá um sentimento de "e agora, Brasil?". É claro que existe muita coisa que mal esperamos acabar, mas o processo sempre é uma parte importante. Até no sexo. Tenho pena de quem acha que o melhor do sexo é gozar. A própria expectativa já é uma delícia. O primeiro toque. A primeira respiração descompassada. Particularmente, a penetração me traz um pequeno sentimento de perda. Quando se tem alguma experiência ou com o parceiro ou com a sensibilidade do próprio corpo, sabe-se quanto tempo dura a metida. A partir do momento que entra, já se sabe o prazo. Daí é uma bomba relógio. Explodiu, acabou. Ok, cada um fuma seu cigarrinho.
Das várias residências artísticas ocorridas esse ano, me inscrevi em uma e não passei. creio que essa performance é a minha própria residência, que criei só pra mim.
Odeio chamar pessoas pessoas por apelidos, por mais carinhosos que eles soem. Meu namorado por exemplo, se chama Juliano. Ele adora ser chamado de Ju. Muitas pessoas chamam ele assim. Mas pra mim ele é o Juliano. Porque Juliano significa ter ele por completo. O nome pra mim é ter a pessoa completa, não só a parte fofa. Agora pouco estava conversando com minha melhor amiga, Poliana. Muita gente também a chama de Poli. Quero ela toda. Em contrapartida, adoro quando me chamam de Lipe. Do tipo que vira a barriga pra cima. Mas também me sinto lesado caso alguém que não tenha intimidade me chame por algum apelido.
Meu namorado escreve bem. Inclusive, o blog dele é http://naofalado.blogspot.com.br/ , caso tenham interesse. Eu reconheço pouco as qualidades dele publicamente. Não sou o melhor dos namorados. Já ele, é quase um tiete enlouquecido por um ídolo. Sabe o tipo de situação que você se sente desmerecedor? Todos falam que isso é fruto de uma baixa auto-estima. Não sei, é antagônico o quanto eu quero as coisas e o quanto não me snto merecedor quando elas surgem. Daí voltamos a culpa.
Sabe quando esses participantes de reality show começam a fazer brincadeiras do tipo apresentar um programa qualquer? Já fiz isso várias vezes aqui. Como falar cansa!
Nós somos únicos. Com sentimentos únicos. Que podem ou não estar dentro de um padrão cultural.
Por favor, me permitam ser cruelmente sincero.
Não existe discussão mais gostosa do que aquela que não se propõe a chegar a algum lugar. É por isso que é gostoso conversar com a Thaíse. Falamos, discutimos conceitos, problematizamos o mundo todo, mas não resolvemos nada. Talvez papo de artista seja assim: ditado por uma enorme interrogação. É muito triste colocar um ponto final nas coisas. Acaba a escola: choro com a perda dos amigos. Acaba a faculdade: nostalgia. Casamentos, relacionamentos, performances... Tudo dá um sentimento de "e agora, Brasil?". É claro que existe muita coisa que mal esperamos acabar, mas o processo sempre é uma parte importante. Até no sexo. Tenho pena de quem acha que o melhor do sexo é gozar. A própria expectativa já é uma delícia. O primeiro toque. A primeira respiração descompassada. Particularmente, a penetração me traz um pequeno sentimento de perda. Quando se tem alguma experiência ou com o parceiro ou com a sensibilidade do próprio corpo, sabe-se quanto tempo dura a metida. A partir do momento que entra, já se sabe o prazo. Daí é uma bomba relógio. Explodiu, acabou. Ok, cada um fuma seu cigarrinho.
Das várias residências artísticas ocorridas esse ano, me inscrevi em uma e não passei. creio que essa performance é a minha própria residência, que criei só pra mim.
Odeio chamar pessoas pessoas por apelidos, por mais carinhosos que eles soem. Meu namorado por exemplo, se chama Juliano. Ele adora ser chamado de Ju. Muitas pessoas chamam ele assim. Mas pra mim ele é o Juliano. Porque Juliano significa ter ele por completo. O nome pra mim é ter a pessoa completa, não só a parte fofa. Agora pouco estava conversando com minha melhor amiga, Poliana. Muita gente também a chama de Poli. Quero ela toda. Em contrapartida, adoro quando me chamam de Lipe. Do tipo que vira a barriga pra cima. Mas também me sinto lesado caso alguém que não tenha intimidade me chame por algum apelido.
Meu namorado escreve bem. Inclusive, o blog dele é http://naofalado.blogspot.com.br/ , caso tenham interesse. Eu reconheço pouco as qualidades dele publicamente. Não sou o melhor dos namorados. Já ele, é quase um tiete enlouquecido por um ídolo. Sabe o tipo de situação que você se sente desmerecedor? Todos falam que isso é fruto de uma baixa auto-estima. Não sei, é antagônico o quanto eu quero as coisas e o quanto não me snto merecedor quando elas surgem. Daí voltamos a culpa.
Sabe quando esses participantes de reality show começam a fazer brincadeiras do tipo apresentar um programa qualquer? Já fiz isso várias vezes aqui. Como falar cansa!
Nós somos únicos. Com sentimentos únicos. Que podem ou não estar dentro de um padrão cultural.
Por favor, me permitam ser cruelmente sincero.
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