Se passaram 5 dias e a minha produção foi quase nula. Creio que já tenho materiais suficientes para realizar a ação proposta e até sobrar. Alguns materiais eu realmente não tenho ideia do que fazer. Timidamente, as ideias vão se estruturando. Vejo que sinto vontade de escrever pela obra. Das poucas coisas que fiz, a escrita é o ponto em comum. Acho que a obra da Thaíse Nardim na exposição anterior me afetou. Ontem me falaram que sou facilmente manipulável. Nem preciso pensar muito pra achar verdade nessa afirmação. Uma massinha de modelar, quem põe o dedo a transforma. Não consigo imaginar isso como algo bom ou ruim. Apenas é assim. A situação presente. Ao se aceitar certas coisas, acaba por gerar algumas confusões na minha cabeça.
Várias vezes nesse diário tenho revisto coisas e "entendido" que elas apenas "são". Em outro momento, rejeitei a aceitação de situações e a inércia embutida. Meio paradoxal. Se rejeito não há aceitação, mandando toda a minha verborragia ralo abaixo. Qual seria a linha que divide tais espaços? Talvez pensar em trocar a palavra "aceitar" pela "entender"? Quando se entende, quer dizer que se refletiu sobre algo. Talvez esse refletir que dê a resposta sobre aceitação ou rejeição.
Me incomodo em ser condicionado. Frase confusa e quase sem lógica. O que quero dizer é: todas as minhas travas, recalques, traumas e coisas que nem imagino existir. Gostaria de ter uma clareza sobre elas em mim. Quando se faz terapia, a gente acaba entendendo isso ou aquilo sobre determinados aspectos. Mas eu queria entender tudo. Isso me faz lembrar de um conto em que uma pessoa pede para que outra, com poderes psíquicos, transfira-os para si. Ao transmitir, a primeira pessoa acaba morrendo por não suportar a carga do poder.
Me sinto como uma criança. no alto de sua irresponsabilidade, com uma toalha amarrada no pescoço como uma capa, querendo por tudo que os poderes apareçam. Sem a mínima noção da responsabilidade de tê-los e do que fazer com eles caso os adquira. Talvez seja a graça de querer o impossível: não se preocupar com as responsabilidades, só com o prazer.
Preciso fazer uma pergunta pra Eliene.
As crianças de hoje ainda querem superpoderes? Talvez o meu discurso ali esteja ultrapassado.
Abstração. Assumir a abstração. Não pensar. Agir. Sentir. O coração vai batendo. Pulsação. Ritmo. Independente da vontade, apenas acontece. Sinta. Aja. Não pense. Assuma a abstração, apenas.
Já tenho duas paredes da galeria definidas.
Opinião formada. Um problema quando se vai discutir ideias.
Eu necessito acreditar em subjetividade. Como seria ser artista sem subjetividade? Eu preciso ter essa crença respeitada?
Gostaria de receber a visita de algumas pessoas que melhor não citar o nome para não interferir. Pessoas com quem poderia discutir sobre tudo o que tenho questionado. Pessoas que não têm a resposta. Que conversariam comigo e me deixariam mais confuso.
Parece que tudo aqui nesse texto é irrelevante, nada pertinente a proposta de um diário de bordo. Existe alguma regra pra isso? ABNT? Macete? Enfim, a eterna busca pelo erro próprio.
Termino uma parte da obra. Minimalismo. Certeza, Filipe? Com tanto material para usar, ser minimalista...
Uma ansiedade diferente está me afetando. Do tipo que quer que o dia ou a noite passe rápido. A noite está insuportável. Quero dormir logo mas não tenho sono. Queria que entrassem no chat, mas fiquei abandonado o dia todo. Acho que mereço um Rivo.
Nada mais parece me distrair. Nem mesmo quebrar o protocolo.
240 quadradinhos.
16 x 3 = 48
70
46
57 inteiros.
79 partidos.
Cinco.
Cinco.
Nada mais parece me distrair. Nem mesmo quebrar o protocolo.
240 quadradinhos.
16 x 3 = 48
70
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57 inteiros.
79 partidos.
Cinco.
Cinco.
Cinco.
Cinco.
Cinco.
Cinco.
Cinco.
Cinco.
Cinco.
Cinco.
Cinco.
Cinco.
Cinco.
Cinco.
Cinco.
Cinco.
Cinco.
Cinco.
Cinco.
Cinco.
Cinco.
Cinco.
Cinco.
Não passa!
Primeira vez que produzo durante a noite. Ansiedade.
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