Pseudoacordei, vi que minha transmissão tinha caído. Mas poxa, nem tinha acordado direito, não ia levantar pra retransmitir apenas. Dormi de novo. Acordo, sei lá quanto tempo depois. Pegaram meu computador. Furtaram meu computador. É a primeira vez, desde o ocorrido, que eu utilizo essas palavras, pois não consigo e acho que não quero acreditar. Agora estão analisando as gravações das câmeras, e eu estou aqui, apenas esperando o milagre de se descobrir quem foi. E de tê-lo de volta, é claro.
Minha mente começa a criar cenas desagradáveis sobre uma hipotética culpabilização do outro para comigo sobre o acontecido, o que é absurdo. Acho que tendo a sempre esperar o pior das pessoas.
Eu demonstro ser a pessoa mais controlada do mundo, segundo as pessoas. Ontem me falaram que ansiedade parece ser algo que não me afeta. Essa pessoa não tem noção do quanto ela está enganada. Internalizar parece ser a coisa mais prejudicial. Ao mesmo tempo em que guardar tudo pra mim me torna uma bomba, acabo enganando as pessoas sobre o meu real estado emocional. Agora, por exemplo: estou aparentando uma total calma, mas por dentro estou pirando.
O serviço de segurança do SESC me informou que viram as gravações das câmeras. Um homem entrou no SESC afirmando vir participar de uma oficina, entrou na galeria enquanto eu dormia e pegou o computador.
Para não surtar, estou focando no fato de que terei um computador novo.
A ausência física de um aparato tecnológico (o meu computador, no caso) torna minha estadia aqui na galeria mais difícil do que nunca. O simples fato de olhar para um objeto que me é familiar e tecnológico me mantinha "sóbrio". Nesse momento me sinto tenso, ansioso, minhas dores pelo corpo parecem ter se propagado.
Como forma de resistir a incapacidade de sair, meu organismo tem me boicotado, me fazendo sentir muita sede, consequentemente me fazendo precisar ir ao banheiro.
Me trouxeram um novo computador. Nele eu não sei como gravar vídeos, o que vai comprometer os que tenho que postar no youtube.
Estou começando a ficar ansioso sobre o que fazer com o material.
Nos dias anteriores ao início da performance, criou-se um código entre os meus amigos de falar que eu ficaria "internado" no SESC. Daí que agora estou com a garganta inflamada, com febre e dores pelo corpo. Estou realmente internado.
Minha melhor amiga entrou no chat da transmissão ao vivo. Bateu saudades. Ela mora em Araguaína, mas logo vai se mudar para São Paulo. Hoje também, conversando sobre animais, me bateu saudades da minha cadelinha. De como ela tem se tornado carente desdes que adotei dois filhotes de gato.
Que foda! Olha, aqui em SC produzi a 1a performance de resistência com transmissão por streaming. Foram 24h para uma dupla de performers que saiu muito abalada da experiencia de estarem trancadas numa especie de vitrine. A amizade delas também se foi com o fim do projeto. Se estiver precisando de um help de alguem que ja viveu isso na pele/alma te ponho em contato com Ilze, que é uma fofa e alem de artista é enfermeira aposentada, hehe. Beijão pra ti e pra linda Thaise.
ResponderExcluirQue bom que meu trabalho vem sendo acompanhado por pessoas de longe. Quando sair daqui poderíamos conversar sobre as experiências, trocar umas figurinhas mesmo...hehe...
ExcluirEspero que esteja curtindo.
Bjobjo